domingo, 25 de outubro de 2009
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Beijos tristes

Sempre me encanta achar, se folheio um volume,
Se, ao acaso, abro um livro, uma rosa qualquer,
Uma violeta em cujo esquecido perfume
Se concentra, em segredo, uma alma de mulher.
Quem encontra essa flor, desde logo presume
Que a oferta intencional se dirige a quem quer,
E, nela, embalsamado, um voto se resume,
Lírio, cravo, jasmim, mal-me-quer, bem-me-quer.
Graça, delicadeza, adorável doçura,
Que quer dizer saudade ou quer dizer ternura,
Ou que outro nome tenha esse sonho de amor.
Bendita seja sempre a mão clara e querida,
Que, no mundo fugaz, na tristeza da vida,
Pôs, marcando um soneto, o beijo de uma flor.
Martins Fontes
Música de câmara

O beijo! sim! que coisa deliciosa!
O olhar, o ouvido, o paladar, o olfato,
Confundindo-se, unindo-se, no tato,
Em carícias de pêssego e de rosa!
Conformando-se, a boca, primorosa,
Em corola, entreabrindo-se, ao contato,
Contém do sonho o seu perfume intacto,
Possui da carne a essência capitosa!
Tudo no beijo foi divinizado,
Porém ninguém louvou, como desejo,
O cristal musical do seu trilado!
Oh! quanto é doce o som desse solfejo,
Quanto é belo, inefável, delicado,
Ouvir cantar o rouxinol do beijo!
Martins Fontes
Beijos no ar

No silêncio da noite, alta e deserta,
Inebriante, férvido sintoma,
Uma fragrância feminina assoma
E tentadoramente me desperta.
Entrou-me, em ondas, a janela aberta,
Como se se quebrara uma redoma,
Da qual fugira o delirante aroma,
Que o mistério do amor assim me oferta.
De que dama-da-noite ou jasmineiro,
De que magnólia em flor, em fevereiro,
Se exalava esse cálido desejo?
Ela sonhou comigo: esse perfume
Vem da sua saudade, que presume,
Embora em sonho, ter-me dado um beijo!
Martins Fontes
sábado, 17 de outubro de 2009
Beijo-flor

“Toco a tua boca, com um dedo toco o contorno da tua boca, vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão, como se pela primeira vez a tua boca se entreabrisse, e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar.
Faço nascer, de cada vez, a boca que desejo, a boca que a minha mão escolheu e te desenha no rosto, uma boca eleita entre todas, com soberana liberdade eleita por mim para desenhá-la com minha mão em teu rosto e que por um acaso que não procuro compreender, coincide exatamente com a tua boca que sorri debaixo daquela que a minha mão te desenha.
Tu me olhas, de perto, tu me olhas, cada vez mais de perto e, então, brincamos de “ciclope”, olhamo-nos cada vez mais perto e nossos olhos se tornam maiores, aproximam-se, sobrepõem-se, e os “ciclopes” se olham, respirando indistintas, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas tuas cavernas, onde um ar pesado vai e vem com um perfume antigo e um grande silêncio. Então, as minhas mãos procuram afogar-se nos teus cabelos, acariciar lentamente a profundidade do teu cabelo enquanto nos beijamos, como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragrância obscura. E, se nos mordemos, a dor é doce; e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu te sinto tremular contra mim, como uma lua na água.”
Júlio Cortázar, extraído de “O jogo da Amarelinha”
Beijo Eterno
sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Os romanos costumavam usar o beijo para cumprimentar amigos e familiares. Os cidadãos beijavam a mão do Imperador e, naturalmente, as pessoas beijavam seus parceiros. Os romanos tinham três categorias para o beijo:
* osculum era um beijo na bochecha
* basium era um beijo nos lábios
* savolium era um beijo profundo
O beijo em outras línguas:

Chinês - Qin Wen
Espanhol - Beso
Francês - Baiser
Grego - Felia
Hebraico - Neshiká
Inglês - Kiss
Italiano - Bacio
Japonês - Kissu
Russo - Potselui
Sueco - Xkyss
Tupi Guarani - Pitér
Um beijo movimenta, só na face, 29 músculos.
16 tipos de beijos…

Beijo comprido esquerdo — Usual na Índia. Segue carinhosamente o canto da boca. É um bom beijo de entrada para quase todos os beijos.
Beijo Rodin — É o mais perfeito de todos. Nele existe pureza, ternura, sensualidade, proteção e ambos os amantes desejavam o beijo.
Frontal com ponta — a ponta da língua faz movimentos para cima e para baixo lentamente, podendo tocar as gengivas.
Inferior com mordida superior que desliza — Vem da Índia. Uma boca beija o lábio superior, enquanto a outra morde levemente o inferior. Uma das modalidades do beijo que os homens japoneses davam nas gueixas. Além de sensual, estimula o fluxo sangüíneo e relaxa. É a seqüência do mesmo beijo, ao estilo japonês, que começa na nuca, segue para o canto da boca até o encontro dos lábios.
Beijo anestesia (indiano)— Pressionar fortemente a língua na gengiva da outra pessoa. Peça para ela respirar profundamente. O céu da boca ficará anestesiado.
Beijo vampiro — Ela gosta de deixar marcas de suas investidas e, em geral, utiliza os dentes nos lábios e nas regiões em torno da boca.
Selo seco esquerdo — Um selo estalado no canto esquerdo da boca. Pode variar para o selo molhado com ponta, com a introdução da língua.
Beijo direto — Quando os lábios dos dois amantes entram em contato direto. Não expressa paixão intensa, mas afeição num estágio inicial do desejo.
Inclinado xis — Os parceiros inclinam as cabeças para o lado , formando um X. Permite o máximo contato labial e a penetração profunda da língua.
Beijo mamadeira — Um dos parceiros coloca os lábios ao redor da boca e começa a sugá-los para dentro da boca, como um bebê tomando mamadeira.
Branca de Neve — Beijo doce e clássico, que pode e deve ser dado a qualquer momento.
Beijo inferior invertido — Beijo dado de cabeça para baixo, pressionando os lábios no lábio inferior da boca.
Beijo no queixo — Comum na Índia. Pode vir acompanhado de uma mordida leve, considerada extremamente sensual.
Invertido com língua profunda — Aqui a diferente textura da língua, já que ambas estarão se tocando com a parte superior dela, proporciona a novidade.
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