segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Dia do beijo - 13 de abril


















Conta uma lenda que na Itália havia um tal de Enrique Porchelo.
O "Dom Juan" beijava todas as mulheres da vila, inclusive as casadas. No dia 13 de abril de 1882, o padre local, injuriado, ofereceu pagar um prêmio em moedas de ouro às mulheres que não haviam ainda sido beijadas pelo homem. Nenhuma mulher apareceu para receber o prêmio. O padre morreu e o dinheiro continua por lá, em algum lugar.

Beijo


















A palavra beijo vem do latim, basium, e o ato de beijar possui relatos de sua existência desde 2.500 anos a.C., em desenhos nas paredes de templos na Índia. Na Antiguidade, gregos e romanos utilizavam muito o beijo como significado de reconhecimento entre as classes sociais.

A lenda do beijo

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

E Eu te Beijava




















E eu te beijava
sem me dar conta
de que não te dizia:
Oh lábios de cereja!

Que grande romântica
eras!
Bebias vinagre às escondidas
de tua avó.
Toda te enfeitaste como um
arbusto de primavera.
E eu estava enamorado
de outra. Vê que pena?
De outra que escrevia
um nome sobre a areia.

Federico García Lorca, in 'Poemas Esparsos'
Tradução de Oscar Mendes

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domingo, 13 de novembro de 2011



















Te amo, beijo em tua boca a alegria.

Pablo Neruda

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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Primeiro Beijo





















Durante todas as noites desse verão, as estrelas foram líquidas no céu. Quando eu as olhava, eram pontos líquidos de brilho no céu. Na primeira vez, encontrámo-nos durante o dia: eu sorri-lhe, ela sorriu-me. Dissemos duas ou três palavras e contivemo-nos dentro dos nossos corpos. Os olhos dela, por um instante, foram um abismo onde fiquei envolto por leveza luminosa, onde caía como se flutuasse: cair através do céu dentro de um sonho.

Naquela noite, fiquei a esperá-la, encostado ao muro, alguns metros depois da entrada da pensão. As pessoas que passavam eram alegres. Eu pensava em qualquer coisa que me fazia sentir maior por dentro, como a noite. As folhas de hera que cobriam o cimo do muro, e que se suspendiam sobre o passeio, eram uma única forma nocturna, feita apenas de sombras. Primeiro, senti as folhas de hera a serem remexidas; depois, vi os braços dela a agarrarem-se ao muro; depois, o rosto dela parado de encontro ao céu claro da noite. E faltou uma batida ao coração.

O mundo parou. Sombras pousavam-lhe, transparentes, na pele do rosto. O ar fresco, arrefecido, moldava-lhe a pele do rosto. E o mundo continuou. Ajudei-a a descer. Corremos pelo passeio de mãos dadas. A minha mão a envolver a mão fina dela: a força dos seus dedos dentro dos meus. Na noite,os nossos corpos a correrem lado a lado. Quando parámos: as nossas respirações, os nossos rostos admirados um com o outro: olhámo-nos como se nos estivéssemos a ver para sempre. Quando os meus lábios se aproximaram devagar dos lábios dela e nos beijámos, havia reflexos de brilho, como pó lançado ao ar, a caírem pela noite que nos cobria.

José Luís Peixoto, in 'Cemitério de Pianos'

segunda-feira, 22 de agosto de 2011




























Úmido de beijos e de lágrimas,
ardor da terra com sabor a mar,
o teu corpo perdia-se no meu.

(Vontade de ser barco ou de cantar.)

Eugénio de Andrade

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A boca,

onde o fogo
de um verão
muito antigo

cintila,

a boca espera

(que pode uma boca
esperar
senão outra boca?)

espera o ardor
do vento
para ser ave,

e cantar.

Eugénio de Andrade
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sábado, 5 de fevereiro de 2011